quarta-feira, 25 de maio de 2016

Versículo do Dia

Versículo do Dia


Porque o Senhor fará justiça ao seu povo, e se compadecerá de seus servos; quando vir que o poder deles se foi, e não há preso nem desamparado.
Deuteronômio 32:36

Soldado Ferido

 (Filipenses 3:12-14) 
 Paulo de Tarso era um grande apóstolo, um guerreiro, um idealista perseverante e muita vez frustrou-se em sua caminhada; foi agredido, preso, passou fome, sofreu naufrágio, mas é exemplo de um soldado. Usaremos a sua história para meditarmos na vida de um soldado quando ferido. 
Se por algum motivo estamos vivos, feridos ou não, somos um sobrevivente. Soldado é um combatente que tem que vencer e somos como ele, pois dia após dia, temos que travar nossas batalhas, seja em que área for, pois “viver é perigoso”. O perigo está presente no ar, no mundo físico, no espiritual e o próprio homem é um perigo para o seu semelhante. A cada momento poderemos nos tornar uma baixa, pois somos cercados por perigos mil o tempo todo, sem termos como evitá-los, impedí-los de existirem ou de crescerem; e muitas vezes não sabemos de onde vêm e qual é a sua proporção. É uma guerra pela vida, pela sobrevivência e o Salmo 124:3 e 7 (leia), nos mostra como é esta guerra. O nosso maior problema é que, às vezes, quando somos feridos, reagimos como se tivéssemos sido mortos. Queremos desistir da guerra, mas não a perdemos, pois ainda estamos vivos. Se ainda há vida, oportunidades existem, portanto tudo ainda pode acontecer.  O apóstolo Paulo, neste texto aos filipenses, diz que não se julga perfeito, nem se considera um vencedor, acha que não conquistou tudo, mas afirma que uma coisa faz – se esquece do que para trás ficou, prossegue para o alvo porque quer conquistar aquilo pelo que foi conquistado. É uma declaração muito profunda e refere-se desde a queda do homem no Édem, quando perdeu a sua guerra e o inimigo venceu tornando-o seu escravo para sempre; mas um dia Deus resolveu ter o homem de volta comprando-o. Paulo diz: “quando fui comprado de volta, recebi este prêmio – fui vocacionado; Deus premiou-me com Jesus Cristo e isto é uma soberana eleição, pois fui conquistado. Uma vez conquistado, não desistirei desta guerra, mas vou conquistar tudo o que Deus conquistou para mim”. No v.13b, ele fala “das coisas que para trás ficam”, ou seja, o passado, que pode ser um local, uma situação, um caminho, um lugar onde “encalha” a maioria das pessoas que não consegue lidar com o presente; em suas vidas, o passado não passou, deixando assim de ser passado para ser presente. Este passado é a causa de muitas tragédias, tristezas, perdas, fracassos; põe trava no presente e impede a pessoa de vislumbrar o futuro. Assim dá oportunidade a quem as feriu de, todos os dias, atualizar suas dores.
Temos dois tipos de passado; o bom e o ruim. Pela sua própria natureza, o passado ruim já deveria ser sepultado de imediato, mas muitas pessoas insistem em tê-lo presente em suas vidas, quase como uma doença incurável. E ao revivê-lo, as pessoas se colocam como vítimas, mas até no passado ruim, nem tudo é ruim, pois a pessoa é uma sobrevivente e tem algo a alcançar. É uma infecção que não a matou, uma ferida que ainda não foi letal e tudo depende de como lidará com ela, que poderá arruinar ou sarar. Se este passado não passa, ficamos impedidos de “prosseguir para o alvo”. Mesmo o passado bom deve ser sepultado, pois “águas passadas não movem o moinho”, ou seja, a alegria, as bênçãos, a proteção de ontem foi para ontem, e precisamos de outras para hoje. Não podemos ser eternos saudosistas, vivendo do passado, pois acabaremos esquecendo-nos que ainda estamos em guerra.
                            Viver é um desafio tão grande que muita gente desistiu de viver, de sonhar, de ser uma benção, de curar, de ajudar, de prosseguir, pois já entregou as armas, “já cruzou os braços” e deve ter alguém guerreando por ele. Se uma ferida muito antiga ainda dói, sem dúvida alguma ela está sendo atualizada como se tivesse sido aberta hoje pela manhã ou ontem ao entardecer. Satanás é um especialista em ferir almas e alguma vez consegue seu intento; faz de tudo para impedir que a pessoa esqueça essa dor, trazendo-lhe sempre à memória o momento em que foi ferida, tendo a angústia, a tristeza e a dor revividas.
Um soldado ferido precisa ser curado, restaurado para poder voltar para a guerra, pois ele não foi morto. Se ainda estamos aqui, mesmo depois de muito feridos, é porque Deus nos deu uma nova oportunidade. Na segunda carta aos coríntios, Paulo escreve: “Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as tribulações que sofremos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, ao ponto de perdermos a esperança na própria vida” (2 Co. 1:8) (NVI). Referia-se ao naufrágio ocorrido no mar Adriático quando ele e os seus companheiros alcançaram, a nado, a ilha de Malta e ali foi picado por uma víbora (Atos 27:27-44; 28:1-6). Ele não se recolheu numa cabana ou numa caverna e ficou a lamentar todos estes infortúnios aguardando a morte, mas diante desta nova oportunidade de vida, propôs-se a esquecer o que para trás havia ficado. Muitas vezes foi duramente rejeitado pelos religiosos, em outras, foi caluniado, injustiçado, mas no dia seguinte, tudo isso era para ele passado. Declarou aos gálatas que aprendeu do Senhor o que havia lhes ensinado e tinha sido muito grande seu aprendizado com a Palavra e com a revelação direta de Jesus Cristo (Gálatas 1:11-12).
                             Encontramos muito mais na vida de Jesus que era golpeado pelo inferno, sem dar-lhe uma trégua, durante os três anos do seu ministério. Apesar de diariamente ser ferido, continuava saudável, socorrendo feridos, pois entendia cada dia como uma benção de Deus, apesar de, em vários momentos, estar triste, irado, nervoso com a “dureza de coração” das pessoas. Assimilava o golpe recebido e constatando mais uma oportunidade que Deus lhe dava ao permanecer vivo, prosseguia para o alvo; tinha um projeto e sabia exatamente onde sua vida terminaria. Apesar de não sabermos do final da nossa, entendemos que a cada dia que o Senhor nos dá, precisamos nos esquecer das coisas que para trás ficam, quer sejam boas ou ruins; caso contrário este passado nos impedirá de vivermos o presente. Os grandes fatos históricos se tornaram relevantes depois que passaram, pois no momento em que ocorreram, seus personagens não tinham consciência da sua importância sendo algo espontâneo, heróico, que nascia ali. Temos como exemplo algumas frases ditas e atitudes que se tornaram históricas mesmo tendo sido ditas em momentos cruciais: “Independência ou Morte”; “Se é para o bem do povo e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!”; “Tu és o Cristo, filho do Deus vivo!”; o dia em que os turcos invadiram Constantinopla; o dia D na 2ª guerra mundial; o ato da mulher derramar um frasco de alabastro, contendo nardo puro, um ungüento caríssimo, sobre a cabeça de Jesus; e seus autores não tinham a menor idéia se estariam vivos, ou não, no dia seguinte.
Quando a história da nossa vida está acontecendo, não temos consciência disto. Deus nos dá uma dádiva chamada “presente” porque é o único degrau que podemos galgar para alcançarmos o futuro. Ninguém sabia que aquela criança nascida numa manjedoura, que aquele homem da carpintaria, teria uma vida tão rica que todos os livros do mundo não poderiam conter a sua história. Nunca escreveu um livro; apenas algumas frases na areia sem que alguém soubesse suas palavras. Ele viveu cada dia como um sobrevivente; teve um ideal, proferiu ensinamentos, realizou milagres, viveu intensamente cada dia que Deus lhe deu porque a vida vem de Deus. Deus não nos criou para nós mesmos, mas sim para Ele e para que vivêssemos eternamente – este é o alvo! Por isso Jesus disse: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá;” (João 11:25b), mas se alguém desiste da vida , ainda que seja em vida, ele morre e para sempre. O problema do homem é o seu pecado, que lhe trouxe como conseqüência a morte, mas Jesus vem ao nosso encontro, toma sobre Si os nossos pecados e morre a nossa morte; devolve-nos a vida e nos diz: “Você está novamente vivo! Entre na guerra, entre na luta e conquiste aquilo que foi conquistado para você”.
                              Toda pessoa que vinha a Jesus, independentemente do tamanho da ferida que tinha, Ele a curava. Dizia: “vai e apresente-se ao sacerdote”; “lave-se no tanque de Siloé”; “não peques mais”; “ninguém te apedrejou, também eu não o faço”; “vamos recomeçar”... Existe um novo tempo na vida de cada pessoa que teve um encontro com Jesus porque se ficarmos “morrendo” em nosso passado, falando das nossas carências, nossas perdas, nossas limitações, nossas doenças, nossas pobrezas, daquilo que não deu certo, simplesmente estaremos fazendo uma apologia, um elogio à sabedoria do nosso inimigo que nos feriu. Vamos enaltecendo os feitos do adversário, suas armadilhas, seus alvos, suas conquistas, ao mesmo tempo em que morremos mais um pouco ao desistirmos de ter uma reação que nos conduziria à cura. Quando o filho pródigo estava numa terra distante, passando fome, numa reflexão sobre tudo o que deixou de ter ao abandonar a casa paterna, e como estava vivendo, tomou uma decisão – retornar à casa do pai (leia Lucas 15:11-32). Na terra que estava e com as pessoas que vivia, não havia perspectiva alguma de Vida – lá era a Morte. Tudo o que ele havia abandonado, já havia sido conquistado para ele pelo pai; chegou o momento em que tinha que escolher entre ficar vivendo “o presente”, entendendo que cada dia é uma oportunidade (quantas pessoas não morreram hoje?), ou desistir da vida permanecendo naquele lugar.
Tal qual o passado, o futuro também não pode ser vivido no presente, pois se torna uma tragédia. É sofrer uma dor que ainda não doeu, é lutar contra uma doença que ainda não chegou, é viver uma tragédia que ainda não aconteceu, é sentir os traumas da derrota de uma guerra que ainda não foi travada. Vive-se o medo, a ansiedade, trazendo à existência aquilo que ainda não existe.
 Temos da parte de Deus uma vocação, um chamamento, uma nova oportunidade; estamos vivos, sabemos que Cristo vive e somos cercados por constatações maravilhosas. A pior tragédia que pode acontecer com alguém, é morrer sem Deus, pois esta é uma morte eterna. O homem pode morrer por um erro, um fracasso, um pecado, uma loucura, um acidente, uma enfermidade, pela maldade de outro homem, por uma cilada do inimigo e Deus pode até permitir que o inimigo tire a vida de um filho seu. Em Lucas 12:4 e 5 , Jesus chama de “meus amigos” a pessoas que talvez estivessem dispostas a ouví-Lo, mas não ainda inteiramente decididas por Ele e lhes diz:”não temeis os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que depois de matar, tem o poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer”. Temos que temer a Deus que é um justo Juiz (leia Tiago 4:12), e depois da vida Ele dará um destino eterno à alma.
Depois disso, a melhor coisa que pode nos acontecer, é morrermos com Deus, pois em João 6:40, Jesus revela: “de fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. E Jesus tem crédito para falar isto, pois venceu a morte. Aleluia! Se assim for, temos motivos mais que suficientes para continuar vivendo, mesmo feridos. No último momento de Sua vida, Jesus bradou na cruz do calvário – está consumado! Não implorou por sua vida suplicando -  “tenha misericórdia, não faça isto comigo!” Enalteceu a Deus tendo seu ideal alcançado. Enaltecer a Deus significa valorizar cada oportunidade de vida que Ele nos dá. Enaltecer o inimigo é valorizar cada coisa que ele nos tira na vida. Por causa do próprio homem que deu legalidade ao inimigo, muitas vezes ele consegue roubar, ferir, magoar, entristecer, colocar reino contra reino e nação contra nação, homens contra homens, familiares contra familiares e vai usando vidas para ferir vidas e causando tragédias. Assim temos que entender que os problemas, sejam eles materiais, sociais, naturais ou espirituais, não deixarão de existir.
                             O mundo está num processo degenerativo em todos os sentidos, portanto os dias finais serão difíceis, os problemas aumentarão e para que não sejamos tragados por eles, precisamos crescer, tomarmos decisões que se tornarão heróicas. Quando os discípulos disseram para Jesus: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir? (João 6:60). “À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e deixaram de segui-lo.Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir?” Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Só tu tens as palavras de vida eterna”. (João 6: 66 – 68). Aquilo marcou suas vidas. São frases de alguém que estava vivendo um momento difícil na vida e ali, como um sobrevivente, vive o presente como um guerreiro, como um idealista.
Se nós, como Igreja do Senhor, conhecemos o plano de Deus para a Igreja, então sabemos que o inferno nunca vencerá a Igreja, Aleluia! E que Deus nunca desistirá de nós, pois nos ama de um modo que não podemos compreender; portanto, só perderemos a guerra, se desistirmos dela. Deus está no controle de todas as coisas; tem tudo planejado para cada um de nós, mas disse: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33); Ele jamais afirmou que não seríamos feridos. Ele próprio o foi, os que vieram após Ele, também o foram e não será diferente conosco. Ser ferido não significa estar abandonado por Deus, mas vivendo um ato da sua misericórdia. Ferido é sobrevivente e pode ser curado, voltar para a batalha e guerreando mudar a história da sua vida, saindo vencedor. Se conhecêssemos até a metade da história de cada um dos heróis da Bíblia, teríamos a certeza de que morreriam a seguir. Ao lermos a história de José do Egito até a metade, chegaremos à conclusão de que se ele sobrevivesse aos seus infortúnios, não seria mais uma pessoa normal; mas prosseguindo a leitura até o seu final, vemos que apesar dele haver ficado um bom tempo na prisão, de ser escravo, de sofrer perseguição e ser injustiçado, Deus estava preservando sua vida, e cada dia que vivia, quer seja na prisão, quer como escravo, em qualquer lugar que estivesse, não desprezava a oportunidade que Deus lhe dava. O mesmo aconteceu com Moisés e com os demais e pode acontecer com a história da nossa vida. Existem problemas mil, mas o sangue de Jesus tem poder e Seu nome tem autoridade sobre qualquer um deles. Aleluia! Jesus é a nossa soberana vocação. Paulo escreveu: “ Prossigo para o alvo por causa do prêmio da vocação, a saber, Jesus Cristo”. Se tivermos Jesus Cristo em nossa vida, não teremos motivo para desistir jamais, seja qual for a circunstância. 

Obs: Texto baseado na mensagem proferida pelo PR. Luiz Carlos Gomes e redigido por Tânia Sueli Lemos da Silva.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Versículo do Dia



Versículo do Dia


E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.
Ezequiel 36:27

ORAÇÃO PARA QUEBRAR AS FORTALEZAS
A destruição de fortalezas é a remoção destas velhas maneiras de pensar para que a presença de Jesus Cristo possa se manifestar através de nós. “Pois, embora vivamos como homens, nós não lutamos segundo os padrões humanos; as armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas...” (II Co.10:3-5).

Pai celestial há áreas em minha vida (nomeie audivelmente os pecados habituais) que eu não submeti completamente ao meu Senhor Jesus Cristo. Senhor perdoa-me pela transigência. Eu também peço coragem para demolir as fortalezas sem relutância ou engano voluntário em meu coração;
Pelo poder do Espírito Santo e no Nome de Jesus, eu amarro as influências satânicas que reforçavam a transigência (acomodação) e o pecado dentro de mim. Submeto-me à luz do Espírito da Verdade para expor as fortalezas do pecado dentro de mim. Pelas armas do Espírito e da Palavra, proclamo que cada fortaleza da minha vida está derrubada!
Proponho-me, pela graça de Deus, a ter somente uma fortaleza dentro de mim: a fortaleza da presença de Cristo!
Obrigado, Senhor, por me perdoar e me purificar de todos os meus pecados. E, pela graça de Deus, eu me proponho a mudar nesta área até que as ruínas desta fortaleza sejam removidas de minha mente! Obrigado, Pai. Em nome de Jesus. Amém!

sábado, 21 de maio de 2016

Versículo do Dia

Versículo do Dia


Atendei-me, povo meu, e nação minha, inclinai os ouvidos para mim; porque de mim sairá a lei, e o meu juízo farei repousar para a luz dos povos.
Isaías 51:4
Mais de 80 estudantes ficam “possuídos” em escola peruana
Fenômeno não consegue ser explicado pelas autoridades
por Jarbas Aragão 


Uma situação no mínimo estranha foi noticiada no Peru. Dezenas de crianças, com idades entre 11 e 14, sofreram convulsões e descreveram ter a mesma visão de um homem de preto que tentava matá-las. São todos alunos da escola Elsa Perea Flores, em Tarapoto, norte do Peru.
As autoridades foram chamadas e mais de 80 alunos que estavam gritando, convulsionando e desmaiando foram levadas para tratamento médico. Os especialistas não conseguem explicar a “histeria” que tomou conta da escola. É a terceira vez este ano que acontece algo semelhante.
Para os moradores locais, trata-se de um caso de “possessão demoníaca” em massa. Alguns acreditam que isso ocorreu por que a escola fora construída sobre um antigo cemitério. Outros dizem que eram comuns os “jogos” de invocação de espíritos durante os intervalos.
Médicos que atenderam os alunos, afirmam que a estranha ‘condição’ seria contagiosa e recorrente. Alguns desses alunos continuam tendo “crises” dias depois do ocorrido. O doutor Antony Choy disse ao canal Panamericana TV:
“Não entendemos como isso tem ocorre. Sabemos que começou em 29 de abril e agora voltou a acontecer. São mais de 80 alunos afetados”. Os números variam, dependendo do canal de notícia.
Elsa de Pizango, mãe de uma menina que apresentou os sintomas, afirmou: “Ela desmaiou na escola. Eles não explicam nada no hospital. Ela simplesmente desmaiou e continua saindo espuma de sua boca”.
Um aluno, que preferiu não se identificar, descreveu sua experiência: “É perturbador pensar sobre isso. É como se alguém continuasse me perseguindo. Era um homem alto, todo vestido de preto e com uma barba grande. Eu sentia que ele estava tentando me estrangular. Meus amigos dizem que eu estava gritando desesperadamente, mas não me lembro do que aconteceu.”

Relatos de outros estudantes dão conta que eles sentiam dificuldade para respirar e sentiam algo apertando seu pescoço. Uma menina de 13 anos, disse à mídia local: “Várias crianças de diferentes salas de aula desmaiaram ao mesmo tempo. Eu senti náuseas e ouvi vozes”.
Um pastor foi chamado e orou pela escola. Ele disse não ter dúvidas que seja a ação de espíritos malignos e que continuará orando por “libertação” dos alunos. Com informações Mirror.


sexta-feira, 20 de maio de 2016

Versículo do Dia



Versículo do Dia


E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.
Ezequiel 36:27

Bancada evangélica homenageia Israel no Congresso Nacional

Sessão solene lembrou o aniversário de criação do Estado de Israel

Bancada evangélica homenageia Israel no Congresso NacionalBancada evangélica homenageia Israel no Congresso
Proposta pelo deputado federal Jony Marcos (PRB/SE), foi realizada nesta quinta (19), uma sessão solene em homenagem Israel. Além do sergipano, formaram a mesa João Campos (PRB/GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica e o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
Foram convidados ainda, o ministro Lior Ben Do, representante da embaixada de Israel, bem como Paulo Maltz Milton Seligman, respectivamente vice-presidente e diretor da Confederação Israelita do Brasil.
A cantora Fortunee Joyce Safdie fez uma participação especial, cantando tanto o hino de Israel quanto o do Brasil. O tema principal da sessão foi lembrar os 68 anos da criação do Estado de Israel. O evento teve duração de duas horas e meia.
Vários parlamentares discursaram na ocasião. Aqueles que também são pastores destacaram a importância espiritual de uma boa relação entre os dois países, ecoando as promessas de Gênesis 12:3: “abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.
Roberto de Lucena (PV/SP) fez um breve histórico das relações entre judeus e brasileiros. Enfatizou que “Israel é a segunda pátria de todos os que se consideram cristãos”, lembrando que em muitas igrejas do país existem bandeiras de Israel como símbolo dessa união.
Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ) fez a seguinte reflexão: “o país vive uma das piores crises já vistas… é uma crise espiritual também. Precisamos voltar o nosso olhar, o nosso coração para Deus… valorizar os laços de irmandade e fraternidade com o Estado de Israel”.
Marco Feliciano (PSC/SP) lembrou que aquele país deu ao mundo um de seus pilares: a moral judaico-cristã. Asseverou que o Brasil tem muito a aprender com Israel, mas que os partidos de esquerda brasileiros “odeiam Israel”, o que gerou problemas para a nação.
Geovania de Sá (PSDB/SC) enfatizou que Israel é um “exemplo para o mundo” e parabenizou o país, que embora pequeno e perseguido, é destaque na área da educação, economia e tecnologia.
João Campos aproveitou a ocasião para ler uma nota, em nome de 4 senadores e 199 deputados, membros da Bancada da Bíblia. Reafirmou que seus signatários não concordavam com a crise existente com o Estado de Israel, criada pelo governo do PT nos últimos anos. Ela culminou com arecusa do nome de Dany Daian por “posições ideológicas”.
Sublinhou que Dilma mostrou intolerância com Israel, mas defendeu o diálogo com o Estado Islâmico e que dedica “especial honra” aos governantes do Irã, conhecido pelas suas violações dos direitos humanos. Comemorou o fato de que, com Michel Temer, as boas relações irão ser retomadas.

Reconhecimento internacional

Depois de alguns anos de relacionamento conturbado, Brasil e Israel parecem estar estreitando seus históricos laços de amizade. Uma comitiva do Partido Social Cristão esteve em solo israelense este mês e seu presidente, pastor Everaldo, afirmou que a legenda ressaltou que irá trabalhar pelofortalecimento das relações entre os países.
Alguns jornais de Israel comemoram uma sinalização na melhoria da relação entre Brasil e Israel. OTimes of Israel acredita que Michel Temer é “amigo da comunidade judaica” e que o ministério das Relações Exteriores agora é dirigido por José Serra, aliado “de longa data da comunidade judaica”.
Além disso, o presidente interino nomeou para a presidência do Banco Central o economista Ilan Goldfajn. Ele é judeu de nascimento e veio para o Brasil aos 10 anos de idade.
* colaborou Jaqueline Mendes

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Versículo do Dia


Versículo do Dia


Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
João 3:17
O cristão pode ter seu nome riscado do Livro da Vida?

Por Vinicius Couto



Um dos assuntos que fazem parte do rol de temas polêmicos do estudo das Escrituras Sagradas é a respeito do que conhecemos como Livro da Vida. Existem pessoas que não crêem na existência literal desse livro. Outros crêem que ele, de fato, é real e que contém o nome das pessoas que serão salvas. Se esse livro existe, quando foi escrito? Seria possível que ele ainda estivesse sendo escrito? Os nomes inscritos nesse livro divino podem ser riscados ou eles possuem um caráter inapagável? Essas dúvidas são corriqueiras em neófitos, mas também deixam os mais eruditos estudiosos de cabelo em pé.
O objetivo do presente artigo é apontar algumas considerações sobre o assunto, tendo como ponto de partida o que a Bíblia fala a respeito. Na medida em que o assunto avançar, serão realizadas algumas análises exegéticas do texto grego com a finalidade de ampliar o entendimento acerca desse assunto tão importante. Pretende-se com essas abordagens bíblicas e exegéticas, averiguar quando os nomes foram escritos e pensar se tais nomes podem ou não ser riscados. Não obstante, é preciso reconhecer que este é um dos temas da teologia que não possui unanimidade e, portanto, não é objetivo deste ensaio chamar para si o título de detentor da verdade.
Referências bíblicas do Livro da Vida
Antes de mais nada, é mister reconhecer que a Bíblia referencia a existência de um livro da vida. Em Filipenses 4.3 Paulo comenta que os cooperadores que lutaram ao seu lado pela causa do Evangelho têm seus nomes escritos nesse livro. As demais referências diretas do Novo Testamento estão concentradas no livro de Apocalipse. No capítulo 3 e verso 15, Jesus diz que “O vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus anjos.”
Em Apocalipse 13.8 é possível ler que esse livro é do Cordeiro de Deus e que algumas pessoas não tiveram o nome escrito nele. Em 17.8 a idéia anterior de pessoas que não tiveram o nome inscrito neste livro é corroborada e aqui o texto sugere que tal livro foi escrito desde a fundação do mundo, assunto que será melhor abordado em seção adiante. Em 20.12 João tem uma visão na qual uma massa de pessoas, i. e, uma multidão de mortos (grandes e pequenos) se colocavam diante do trono e vê dois tipos de livros: um que provavelmente alude ao modus vivendi desses indivíduos enquanto estavam vivos e outro que ele denomina como “livro da vida.” O momento apocalíptico dessa visão se refere ao juízo final e, portanto, as pessoas cujos nomes não são encontrados no livro da vida, são condenadas ao lago de fogo.
No capítulo 21 João tem a visão da Nova Jerusalém. Ele a descreve como sendo um local muito belo, com muralhas e ornamentações de pedras preciosas, além de ruas de ouro. Lá não há sofrimento, choro, lágrimas, tristeza, dor e nem mesmo a morte. Não é preciso de sol, pois Cristo é a luz que ilumina. Todavia, João alerta seus leitores no versículo 27: “Nela jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro.”
O Novo Testamento ainda mostra mais duas passagens que podem ser relacionadas com o citado livro da vida. A primeira passagem é Hebreus 12.22,23, onde o autor da epístola alega que existe uma igreja dos primogênitos. Sua localização é celestial e os detalhes desta localização corroboram com a visão que João teve da Nova Jerusalém em Apocalipse 21. Os nomes dos membros dessa igreja celeste “estão escritos nos céus” (Hb 12.23).
A segunda passagem é um relato de Lucas a respeito de quando o Messias envia os discípulos em dupla para um treinamento prático sobre proclamação do Evangelho. Eles anunciaram as boas novas e voltaram maravilhados, pois coisas extraordinárias aconteceram. “Os demônios se submetem a nós,” disseram eles estupefatos com a autoridade que há no nome de Jesus. Mas, Jesus, ao corrigir-lhes, declarou: “alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céu” (Lc 10.20).
Referências sobre tal livro não se limitam aos escritos neotestamentários. Após a morte de aproximadamente três mil israelitas no acampamento ao pé do monte Horebe, Moisés sobe novamente no monte a fim de interceder pelo pecado de idolatria do povo, quando confeccionaram um bezerro de ouro e blasfemaram dizendo que fora este objeto feito por mãos humanas quem os livrou do Egito. A intercessão de Moisés foi: “…perdoa-lhes o pecado; se não, risca-me do teu livro que escreveste.” Um pedido completamente ousado que trouxe uma resposta imediata do Deus Todo-Poderoso: “Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32.32,33).
Num Salmo de lamentação, Davi se rasga o coração diante de suas tribulações e adversidades. Ele se sente atolado de problemas até o pescoço e alega estar deixando a vida o levar, como alguém que é carregado pela correnteza. Quem nunca se sentiu assim? Todavia, a partir do versículo 7 ele começa a revelar uma das razões de sua profunda tristeza. Ele alega que suportava zombaria, insultos, maledicências e o terrível fato de ter seu nome como objeto de sarcasmo na boca dos bêbados da cidade. Isto posto, Davi clama pela justiça divina, dizendo a respeito dos que o perseguiam: “Acrescenta-lhes pecado sobre pecado; não os deixes alcançar a tua justiça. Sejam eles tirados do livro da vida e não sejam incluídos no rol dos justo” (Sl 69.27,28).
Finalmente, duas últimas passagens veterotestamentárias que podem fazer alguma alusão mais indireta ao livro da vida são as visões que Daniel tem do juízo final e da grande tribulação, respectivamente. No primeiro caso ele tem uma visão semelhante à que João teve em Apocalipse 20.12 e vê tronos sendo postos num lugar e um Ancião de vestes brancas como a neve e cabelos brancos como a lã. Seu trono ardia em fogo e tinha a parte inferior incandescente, semelhantemente aos pés como latão reluzente de Apocalipse. Daniel continua descrevendo essa cena, dizendo que “saía um rio de fogo, de diante dele. Milhares de milhares o serviam; milhões e milhões estavam diante dele. O tribunal iniciou o julgamento, e os livros foram abertos” (Dn 7.10). No segundo caso, Daniel vê um tempo de angústia como nunca houve na história humana e relata que neste tempo, “ocasião o seu povo, todo aquele cujo nome está escrito no livro, será liberto” (Dn 12.1).
Quando os nomes são escritos nesse livro?
Algumas pessoas usam Apocalipse 13.8 para apontar quando o livro da vida foi escrito, entretanto, o texto em questão aponta para outra coisa. Antes de analisar a passagem, é melhor citá-la: “Todos os habitantes da terra adorarão a besta, a saber, todos aqueles que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo.”
Como se pode perceber, o apontamento temporal “desde a fundação do mundo” não está se referindo, no contexto imediato desta passagem, ao livro da vida e sim a Jesus, o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. Stern concorda com isso e afirma que “Deus planejou a morte expiatória dele antes da criação do mundo.”[1] Não que o livro aqui não tenha importância. Ele tem. João enfatiza que seu dono é o Cordeiro! Outra informação importante é a ocorrência do verbo “Foi,” que no grego é esphagmenou e está no tempo aoristo, o que indica algo instantâneo.
Sobre o tempo aoristo na gramática grega, Wiley comenta que, no nosso idioma “não há tempo semelhante na conjugação verbal,” pois trata-se de algo que é feito de modo instantâneo e de uma vez por todas e não gradativamente.[2] O verbo no aoristo faz toda a diferença por dois motivos: 1) porque Jesus não foi morto várias vezes! 2) porque o texto semelhante, localizado em Apocalipse 17.8, usa o verbo em outro tempo gramatical grego, que é o perfeito e isso no contexto imediato aponta para outro lado, conforme será visto logo a seguir.
A fim de analisar a passagem de Apocalipse 17.8, segue a citação da mesma: “A besta que você viu, era e já não é. Ela está para subir do abismo e caminha para a perdição. Os habitantes da terra, cujos nomes não foram escritos no livro da vida desde a criação do mundo, ficarão admirados quando virem a besta, porque ela era, agora não é, e entretanto virá.”
A locução prepositiva grega “apo kataboles kosmou” significa “desde a fundação do mundo” e denota uma considerável diferença entre “antes da fundação do mundo,” pois “desde” fala da inserção dos nomes a partir da criação do mundo, i.e, desde Adão até os dias presentes, significando que Deus está agindo no chronos, inserindo os nomes no livro da vida a partir da conversão das pessoas. Em outras palavras, isso sugere que, quando a pessoa responde positivamente à graça preveniente, Deus opera neste indivíduo – que outrora estava morto em seus delitos e pecados – a salvação, regenerando o tal.
Ademais, o texto diz que “os nomes não estão escritos.” Esse “estão escritos” está conjugado no tempo perfeito do grego e a palavra ali é gegraptai. O tempo perfeito é usado numa ação que foi completada no passado e que está ocorrendo no presente. Esse tempo não tem correlato em português. É como se os nomes fossem conhecidos no kairós (haja vista os atributos naturais e incomunicáveis de Deus, a saber: onisciência e presciência), mas estivessem sendo escritos no chronos. É algo que versa sobre o contraste entre o tempo cósmico e o humano; o sobrenatural e o natural; o metafísico e o físico; o objetivo e o subjetivo; o atemporal e o temporal.
“O perfeito grego [é] um tempo gramatical aberto à evocação simbólica do além tempo.” Trata-se de “um recurso bastante singular” e peculiar do idioma grego. Esse recurso, o tempo perfeito, “exprime a idéia de uma ação começada no passado, mas que continua.”[3] Corrobora com isso Bréal ao comentar que “o perfeito grego conservou sempre na sua significação qualquer coisa que faz dele um intermediário entre o passado e o presente,” sendo usado “para designar uma ação passada cujo resultado dura ainda.”[4]
Um exemplo disso é a tradução do Salmo 2.7 na versão dos setenta (LXX – a septuaginta): “hyios mou eis y, egō sèmeron gegennèka se” ([tu és] meu filho; eu hoje te gerei). O autor da carta aos hebreus interpreta esse verso aplicando-o a Cristo por duas vezes (Hb 1.5; 5.5). O verbo gegennèka (gerei) está no perfeito grego. A aplicação do Salmo 2.7 no Novo Testamento tem a ver com a ressurreição de Cristo (cf. Atos 13.33). Na perspectiva do salmista, o Messias já havia sido gerado (ressuscitado), mas ao mesmo tempo ainda não, pois seria um anacronismo, afinal, o Verbo só encarnou séculos depois. Por isso, o fato estava consumado na eternidade (kairós), porém, teria uma ação efetiva e consolidada no decorrer do tempo humano (chronos).
Outro texto que cabe aqui a análise exegética é Hebreus 12.22-24, que de acordo com a NVI diz assim: “Mas vocês chegaram ao monte Sião, à Jerusalém celestial, à cidade do Deus vivo. Chegaram aos milhares de milhares de anjos em alegre reunião, à igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus. Vocês chegaram a Deus, juiz de todos os homens, aos espíritos dos justos aperfeiçoados”
O verbo “chegaram,” logo no início do verso 22 é proselēlythate em grego. Ele está no tempo perfeito e tem o sentido de algo que já acontecera, mas que permanece ocorrendo. Deste modo, poderíamos dizer que o autor da epístola diz aos hebreus crentes que eles já haviam chegado ao monte Sião, mas que continuam a se aproximar.
No trecho “cujos nomes estão escritos nos céus,” do verso 23, o verbo “estão” é apogegrammenōn no grego e também está conjugado no tempo perfeito, dando o sentido de que os nomes estão escritos desde uma era passada, mas permanecem sendo escritos numa relação além-tempo e além-espaço, rompendo assim, com o presente mensurável e quantificável, ligando-o, ao mesmo tempo com o presente atemporal e metafísico.
Gogues e Talbot traduzem o versículo da seguinte maneira: “Mas vos começastes [e continuais] a vos aproximar do Monte Sião e da Cidade do Deus vivo, a Jerusalém Celeste, de milhões de anjos – reunião festiva e Igreja dos primogênitos [tendo começado e continuado a estar] inscritos nos céus – e de Deus, o juiz de todos e dos espíritos dos justos [tendo começado e continuado a se] tornar perfeitos.”[5]
Um último exemplo do tempo perfeito grego pode ser dado através do relato lucano acerca de coisas ocorridas naqueles dias do ministério de Jesus. Em seu prólogo, Lucas declara que “Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nós” (Lc 1.1). O verbo “cumpriram” ali é peplērophorēmenōn. Lucas mostra que Jesus havia realizado muita coisa naquela região que se dedicou a pesquisar e os atos de Cristo deixaram uma marca muito forte. As pessoas entrevistadas por Lucas podiam sentir o efeito das palavras e dos milagres de Jesus anos depois.
Não é assim também entre nós? Quando tivemos o privilégio de conhecer a Cristo verdadeiramente e entregamos nossas vidas a Ele, algo maravilhoso ocorreu: Ele nos regenerou e ao mesmo tempo nos justificou e adotou. Todavia, essa experiência com Cristo não foi tão somente posicional. Ela também tem seu caráter gradativo. Simultaneamente com a regeneração, justificação e adoção, fomos santificados. A experiência da santificação permanece em nós e só será consumada, definitivamente, com a glorificação.
Os nomes podem ser riscados?
A Escritura aponta para a possibilidade dos nomes serem riscados. O primeiro exemplo a ser tomado é Apocalipse 3.5: “O vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus anjos.”
Como se pode perceber, a promessa de não ter o nome riscado é para os que vencerem, i. e., aqueles que perseverarem até o fim e que não se apostatarão. Parafraseando, é como se Jesus estivesse dizendo “não apagarei o nome daqueles que vencerem, daqueles que perseverarem até o fim.” Em contrapartida, é óbvia a dedução de que se existem pessoas que perseverarão e vencerão, haverá pessoas que se apostatarão e serão derrotadas.
O verbo “riscar” é exaleipso e está conjugado no tempo futuro. Algo que ainda será feito. Nomes ainda serão riscados por Jesus enquanto outros não serão riscados e, por conseguinte, permanecerão escritos no livro da vida. O verbo “riscar” usado no texto de Apocalipse 3 significa, em grego, aniquilar, apagar, cancelar. Tem a ver com passar tinta ou cal a fim de apagar algo, ou com esfregar uma escrita e imprimir um selo em alguma tabuleta de cera. Essa palavra era usada para se referir ao cancelamento de obrigações e direitos.
Um modo interessante de mostrar essa verdade é analisando o que Paulo disse em 2 Timóteo 4.7: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” A NVI já traduz a palavra grega dromon como “corrida,” mas a maioria das outras versões em português traduzem como carreira. Essa ilustração de Paulo é interessante porque a vida cristã é exatamente como uma corrida. Existe o ponto de partida (conversão), o trajeto (vida cristã e santificação) e a chegada (glorificação). Alguns vão começar essa corrida e não a terminarão, ficarão no meio do caminho e tristemente terão seus nomes riscados do livro da vida.
Outro texto prova da possibilidade de ter o nome riscado é a oração intrépida de Moisés. Conforme já foi apontado mais no início do ensaio, Moisés subiu mais uma vez no monte a fim de interceder pelo pecado de idolatria do povo israelita, pois eles confeccionaram um bezerro de ouro e blasfemaram dizendo que fora este objeto feito por mãos humanas quem os livrou do Egito. A intercessão de Moisés foi: “…perdoa-lhes o pecado; se não, risca-me do teu livro que escreveste.” E a resposta de Deus, em seguida, foi: “Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32.32,33 – grifos meus).
Moisés não faria uma oração dessas se ele não acreditasse na possibilidade de um nome ser riscado do livro da vida. Outrossim, Deus não responderia essa oração afirmando que risca somente os nomes daqueles que pecam contra ele, ou seja, daqueles que vivem na prática contínua e habitual do pecado. Kistemaker alega que no Antigo Testamento, a expressão “ser apagado do livro” significava “morrer.”[6] Nessa concepção, Moisés teria dito a Deus, “perdoa o povo ou me mate.” Todavia, Stern, que é um judeu messiânico, confirma que a crença judaica no episódio de Moisés tinha a ver com a eternidade e não com a morte terrena e atesta, ainda, que os judeus acreditam que “é possível sair da graça e ter o destino eterno mudado de salvação para condenação.”[7]
Concluindo essa seção, é interessante abordar mais uma vez o relato de Lucas a respeito de quando o Messias enviou os discípulos de dois em dois em Seu treinamento prático sobre proclamação do Evangelho. Esses discípulos anunciaram as boas novas e voltaram maravilhados, pois coisas extraordinárias aconteceram. “Os demônios se submetem a nós,” disseram eles estupefatos com a autoridade que há no nome de Jesus. Mas, Jesus, ao corrigir-lhes, declarou: “alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céu” (Lc 10.20).
Seria possível um discípulo se desviar? Segundo o dicionário VINE, discípulo é um aprendiz, alguém que aprende com esforço, um seguidor, alguém que permanece nos ensinos de seu mestre e finalmente, imitador. Jesus disse aos judeus que creram em sua mensagem: “Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos” (João 8.31). Observe que nesse texto há uma condição: “se.” Somente aquele que permanece se torna um legítimo discípulo. Em contrapartida, Jesus deixa claro com essas palavras que é possível não permanecer, i. e., deixar de perseverar.
Existem inúmeras exortações para que os crentes permaneçam e perseverem na presença do Altíssimo, bem como avisos sobre o perigo e possibilidade de apostasia (Mt 10.22; 24.12,13; 1 Co 10.12; Gl 5.4; 2 Ts 2.15; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.14; Hb 8.9; 10.39; Tg 5.19,20; 1 Pe 1.5; 2 Pe 2.20-22; 1 Jo 2.24; Ap 2.11). Seria estranho que Deus colocasse advertências contra a apostasia se isso não fosse possível acontecer. Deste modo, um discípulo que teve o nome escrito no livro da vida, ao se apostatar da fé, terá seu nome riscado.
Pedro comenta de obreiros que abandonaram o caminho reto, desviando-se dele (2 Pe 2.15). Ninguém abandona algo que não experimentou e vivenciou. E ninguém se desvia de um caminho que não estava seguindo. O Apóstolo comenta, ainda, que esses obreiros apóstatas chegaram a escapar das contaminações do mundo por meio do conhecimento de Jesus, mas permitiram ser dominados de novo por essa vida deliberadamente pecaminosa e estão piores do que estavam antes de se converterem (v. 20). Ora, somente alguém que foi regenerado é que se torna descontaminado (purificado ou santificado) do pecado. De acordo com a crítica de Pedro, o que provocou essa descontaminação (libertação) do pecado é foi conhecimento de Jesus, e João testifica isso em seu Evangelho (Jo 8.32).
Paulo atesta essa verdade (de que o regenerado escapa das contaminações do mundo) ao mostrar que quem nasce de novo é lavado, santificado e justificado (1 Co 6.11) e que Cristo “nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3.5). Jesus purifica sua igreja pelo lavar de água mediante a Palavra (Ef 5.26) e “se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras” (Tt 2.14). A Bíblia declara que o sangue de Cristo purifica nossa consciência de atos que levam à morte (Hb 9.14).
Deste modo, Pedro conclui: “Teria sido melhor que não tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, depois de o terem conhecido, voltarem as costas para o santo mandamento que lhes foi transmitido” (2 Pe 2.21). Tais apóstatas, na opinião petrina, são como “o cão [que] voltou ao seu vômito” e como “a porca lavada [que] voltou a revolver-se na lama” (v. 22).
Considerações finais
Após refletir sobre o assunto, pode-se enumerar três informações coletadas a partir da Bíblia em relação aos nomes do livro da vida:
1) Alguns não tiveram o nome escrito;
2) Alguns tiveram o nome escrito;
3) Alguns dos que tiveram o nome escrito poderão tê-lo riscado, caso não perseverem.
Partindo desses três pontos e de tudo o que foi considerado bíblica e exegeticamente neste ensaio, é possível fazer uma analogia: é como se Deus tivesse uma espécie de “cartório.” Quem nasce de novo tem seu nome registrado no livro da vida. Quem continua morto (ou seja, que não se converte) nunca terá esse nome escrito. Mas se esse que nasceu de novo se apostatar terá o nome apagado do cartório de registros.
Referências
[1] STERN, David. Comentário Judaico do Novo Testamento. Belo Horizonte: Atos, 2007, p. 900
[2] WILEY, Orton. Introdução à Teologia Cristã. Campinas: CNP, 1990, pp. 353.
[3] GOUGUES, Michel; TALBOT, Michel. Naquele tempo…. Concepções e práticas daquele tempo. São Paulo: Loyola, 2004, p. 34.
[4] BRÉAL, Michel. Essai de Sémantique. Paris: Hachete, 1924, p. 349.
[5] GOGUES; TALBOT. Op. Cit., p. 36.
[6] KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: Apocalipse. São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 206.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Versículo do Dia

Versículo do Dia


Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do Senhor.
Salmos 118:17
Estado Laico

Marília BanholzerDo NE10
Poder e religião se confundem na política e causam debates polêmicos


Religião e política são dois segmentos que se misturam desde os primórdios da história da civilização. Hoje, esta relação tem causado polêmica a partir do momento que temas contrários às doutrinas das igrejas ficam travados no Congresso Nacional, por exemplo. Um caso recente é a derrota da proposta de criação da Frente LGBT, de sugestão do deputado pernambucano Edilson Silva (Psol). O assunto foi debatido na última semana na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e negado pela maioria – 23 contra 10.

Para o historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Biu Vicente, as igrejas conservadoras têm se mostrado mais fortes no âmbito político por causa de sua necessidade de se firmar diante da sociedade. “Hoje há, sem dúvida, o fortalecimento da religião no poder. Os grupos étnicos ou religiosos começam a se organizar para se afirmar diante das decisões da sociedade. Da ditadura para cá, por volta de 1970, há claramente o crescimento das frentes mais conservadoras.”

 "Temos que aceitar que é muito difícil separar a influência da igreja na política", Michel Zaidan, cientista político
Desta forma, se em épocas passadas a Igreja Católica exercia forte poder em decisões políticas, agora os evangélicos estão com a bola toda. “Não existem grupos políticos que se denominem bancada espírita, católica ou de outras religiões. Hoje o grupo mais forte e que claramente defende seus interesses são os evangélicos e é por isso que se destacam no cenário”, avaliou o cientista político Michel Zaidan, coordenador do Núcleo de Estudos Eleitorais Partidários e da Democracia da UFPE.
   
Em Pernambuco, dos 45 deputados estaduais eleitos, sete são evangélicos e estão entre os cinco mais bem votados. Já no âmbito nacional, 75 deputados federais e três senadores compõem a frente “mais religiosa” do poder legislativo. Eles não são maioria, mas possuem grande influência nas votações e acabam travando temas polêmicos como casamento homoafetivo, adoção por casais homossexuais, descriminalização do aborto, legalização da maconha. “É intolerável que uma denominação religiosa seja responsável por determinar como será o comportamento dentro das casas das pessoas”, rebateu Zaidan.




Por outro lado, a bancada evangélica busca aprovar assuntos de seu interesse. É o caso do projeto que pretende alterar o ensino em todas as escolas públicas e privadas do País para incluir a doutrina criacionista nas aulas (na qual Deus criou a vida e todas as espécies), e assim disputar espaço com a teoria da evolução proposta por Charles Darwin (todo ser vivo descende de um ancestral comum). 


Na opinião de Michel Zaidan, esse poder adquirido pelos deputados e senadores evangélicos é uma ameaça à laicidade do Estado. “Um estado é laico quando é imparcial em relação às questões gerais, não apoiando nem se opondo a nenhuma religião. Se temas são aprovados, ou não, com base no que diz a bíblia, por exemplo, esse conceito fica prejudicado”, explicou o cientista político. Ele ainda critica o posicionamento conservador dos parlamentares da bancada evangélica: “O que mais avança no Brasil são as igrejas neopentecostais, que são as mais fundamentalistas, conservadoras e atrasadas. É claro que isso termina se transformando numa influência negativa nas instituições políticas brasileiras.”



O fortalecimento da bancada evangélica acompanha o crescimento da comunidade protestante no País. Dados do Censo Brasil 2010, último realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostra aumento no número de pessoas que se denominam evangélicas. Em 2000, 15,4% da população se encaixava neste segmento religioso, contra 22,2% em 2010. Na contramão, os católicos diminuíram entre 2000 e 2010, saindo de 73,6% para 64,6%.





“Com a proliferação das igrejas, principalmente aquelas que seguem a teologia da prosperidade, elas querem tomar para si parte do poder. Atentos a isso, os partidos políticos buscam esses candidatos de olho nos votos, mas poucos querem saber quais os preceitos a serem seguidos. Ao chegar ao poder, os religiosos, por sua vez, afastam-se dos partidos e buscam decisões que beneficiem os interesses de seus grupos”, analisou o historiador Biu Vivente sobre como os religiosos ganham poder com a política.

Defensor da forte presença evangélica na política, o historiador e teólogo Esdras Cabral alega que as pessoas têm acreditado nos políticos evangélicos porque acreditam neles. “Hoje o grande fenômeno é a igreja evangélica, que cresceu assustadoramente e tem um grande trabalho na sociedade. As pessoas creditaram nela uma confiança não só na área religiosa, mas também na área política”, avaliou o estudioso. Para o pastor e historiador, o crescimento da ala protestante é um movimento que não deve enfraquecer. Segundo ele, esse fôlego foi tomado a partir do momento que leis que “feriam as escrituras sagradas” foram criadas [como a união estável entre pessoas do mesmo sexo], criando na classe evangélica a necessidade de ser ouvida e representada na política.

Ao analisar projetos, o posicionamento evangélico, claro, passa pelo preceito bíblico, que é atemporal, mas também pela questão da atualidade 

Esdras Cabral, teólogo e historiador

Sobre as críticas enfrentadas, o teólogo alerta que algumas delas não são bem fundamentadas. Esdras Cabral nega que os políticos e eleitores evangélicos sejam ultrapassados ou alienados e que afirma que os escritos bíblicos não têm prazo de validade, devendo ser consultados sempre que necessário. “As pessoas às vezes fazem críticas e não conhecem a fundo. Os neo pentecostais não são fundamentalistas. Na verdade, ela [a igreja] não compactua com projetos de lei que ferem o princípio bíblico, como a criação da frente LGBT. Não é intolerância, só não tem como beneficiar esse grupo, porque isso fere os preceitos bíblicos”, rebateu o teólogo.
   
HISTÓRIA - Para se ter ideia de quão antiga é essa relação política x religião basta olhar para a história do Egito (3100 a.C) quando as pessoas cultuavam os faraós como deuses. Dando um pulo nessa linha do tempo chegamos à idade média, entre os anos 476 d.C e 1453 d.C. Naquela época a Igreja Católica exercia forte poder nas decisões dos reis europeus. Também foi nesta fase da história que o catolicismo perdeu parte dos seus fiéis, o protestantismo foi iniciado, e o conceito do estado Laico criado. “É impossível entender o valor da democracia sem levar em consideração a influência da secularidade da cultura e da ética do cristianismo. Temos que aceitar que é muito difícil separar a influência da igreja na política, por mais que se tente buscar o fundamento laico e profano para a política”, pontuou o cientista político Michel Zaidan.

PROLIFERAÇÃO DAS IGREJAS – Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) apontou que, apenas em 2013, cerca de 12 novas igrejas foram abertas por dia no Brasil. Já uma estimativa do ministério Servindo aos Pastores e Líderes (SEPAL), os evangélicos poderão ser mais da metade da população brasileira em 2020. Essas perspectivas são apoiadas em dados recentes levantados pela Receita Federal em 2014 apontando que, diariamente, as igrejas brasileiras arrecadam R$ 60 milhões, num total de R$21,5 bilhões por ano.